Viajo à deriva entre as sombras deambulantes das almas perdidas e vazias de sensações… Procuro nos olhos de quem passa a resposta às inquietações.
O meu caminho cruza-se com o de uma velhinha, e sinto-me impelida a perceber o porquê daquele semblante carregado de mágoa…
Os seus olhos carregavam a luz do desalento, e as suas rugas, prova da sua sabedoria, acumulavam as dores de ser esquecida uma e outra vez.
A senhora olhou-me, suspirou e prosseguiu o seu caminho cansado… senti-me nua, envergonhada…
Que tipo de filhos somos nós, que nos permitimos assistir, inertes, à decadência dos nossos pais?
Somos inatamente egoístas…