Todos os meus posts têm uma cara… este tem a minha.
Escrevo para resgatar o impossível, porque as palavras abrigam o que creio ter perdido para a eternidade. Há instantes que ficam para sempre, que guardo em segredo, no silêncio… para que nada nem ninguém os possa abordar. A sua importância é imensurável, são raros e perfeitos… quase tão harmoniosos como o cheiro da terra molhada que me envolve e desnuda. Eu sou mesmo eu e, ainda assim, consigo estar em paz.
Às vezes não sei que rumo dar à vida, assisto ao suceder dos dias como se de um comboio obtuso e sem estações se tratasse. Sinto-me a maquinista louca que faz o seu comboio deslizar cada vez mais depressa, sem a ínfima ideia de onde acaba a linha… temendo que a qualquer instante as carruagens percam a aderência e descarrilem… então congemino os vagões tombados com as entranhas das minhas memórias espalhadas por todo o lado… a minha existência desmantelada daquilo que outrora fora uma vida opulenta e cheia e que agora nada vale.
Estou cansada de te amar, esgotada de não te conseguir esquecer… e quando penso que o consegui, olho bem fundo desses olhos que me respondem e tudo recomeça.
sinto-me: quebrada